Bolt se dispõe a congelar amostras de sangue por 50 anos para exames

Bolt na disputa do revezamento 4x100 m da Liga Diamante, competindo pela Jamaica

O escândalo de doping que abalou o atletismo e que derrubou dois dos principais rivais de Usain Bolt não parece ter afetado especialmente o jamaicano. Em entrevista ao jornal Marca, o velocista multicampeão reiterou sua disposição para qualquer tipo de exame que possa ser feito, inclusive o congelamento de amostras de sangue.

"Por 50 anos? Sim [poderia congelar as amostras]. Eu passo por muitos controles de sangue durante a temporada e por mim não haveria nenhum problema com qualquer coisa que coloquem. Insisto em me submeter a controles a todo tempo", disse Usain Bolt.

O congelamento das amostras de sangue é considerado uma das formas mais eficazes de controle de doping, já que algumas substâncias ilegais só se manifestam após algum tempo. Com o DNA resfriado, a irregularidade poderia ser finalmente comprovada.

As questões sobre doping se tornaram constantes na vida de Bolt desde que Asafa Powell e Tyson Gay, dois de seus maiores rivais, foram pegos no exame antidoping com um tipo de anfetamina que queima gordura e aumenta a velocidade. Sem eles e Yohan Blake, lesionado, ele é o amplo favorito no Mundial de Atletismo, em Moscou, que começa no próximo dia 10.

"É tempo de esperar e ver. Saber realmente o que ocorreu e que decisões vão tomar, e então forma uma opinião. Desde já é um episódio muito triste para o esporte", avaliou Bolt sobre o escândalo, negando preocupação com os seus futuros resultados em exames. "Não me importo. Sei que tenho uma boa equipe, que cuida de mim, trabalha comigo no sentido correto e me proporciona suplementos que são legais. Não tenho problemas. Trabalho, ganho e bato os recordes de forma limpa", completou.

Sem o fantasma do doping por perto, Bolt se descontrai e fala de preferências que vão além das pistas. Na entrevista ao Marca, ele elogia Kevin Garnett (jogador do Brooklyn Nets, da NBA), fala de seus planos de jogar futebol após a aposentadoria e comenta o patamar que quer atingir na história do esporte.

"Se pode dizer que sou uma lenda do atletismo, mas para mim seria uma honra que, quando se menciona habitualmente os grandes do esporte, Pelé, Maradona, Zidane, essa classe de pessoas, que me citassem também", disse ele. 

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